Pico do Papagaio - em cima a direita |
Ilha Grande, a maior das 365 ilhas existentes no
litoral de Angra dos Reis, com 193 km² de extensão. Possui a maior parte de seu
território, relevo acidentado e montanhoso e os maiores são o Pico da Pedra
D'Água com 1 031 metros e o Pico do Papagaio com 982 metros.
Este último é o
mais famoso devido seu formato que se assemelha a um papagaio e rapidamente
notado pelos visitantes. As costas da ilha são recortadas por inúmeras
penínsulas e enseadas (sacos), formando 106 praias. Uma das praias mais bonita é a de Lopes Mendes, no lado sul da ilha, De mar aberto, as águas são bravias, diferente do lado norte, cujas praias são protegidas e tranquilas.
Prais de Lopes Mendes - Muito frequentada para pratica de surf e bodyboard |
Praia Vila do Abraão - Barcos de turismo e pesca ancorados |
No outro extremo, fica a Praia de Proveta, com acesso somente de barco e habitada em sua maioria por evangélicos. Entre as duas, fica a Reserva Biológica da Praia do Sul.
Praia do Abraãozinho |
A principal localidade da ilha é a Vila do
Abraão, com, aproximadamente, 3 000 habitantes e que concentra a maior parte da
infra estrutura da ilha, como posto de saúde, escola primária, posto dos
correios e destacamentos do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e
Policia Civil.
Serviços de barcas liga diariamente a Vila do Abraão com Angra
dos Reis, Conceição de Jacareí e Mangaratiba, no continente.
A vila conta,
também, com ampla oferta de pousadas, campings, bares, restaurantes
e comércio para turistas. Além desta, existem algumas outras pequenas
comunidades espalhadas pela ilha também dotadas de infra estrutura turística,
como Provetá.
Praia Vila do Abraão (cais) - pequenas embarcações |
Praia Vila do Abraão |
É comum a presença de grandes navios trazendo turistas de diversas nacionalidades. |
A ilha é dividida em dois parques: o Estadual
da Ilha Grande e o Marinho do Aventureiro e uma reserva biológica, a das Praias
do Sul, cujo acesso é somente permitido a pesquisadores e pessoas autorizadas
pelo IBAMA. As áreas de proteção ambiental visam a garantir a proteção da
grande reserva de mata atlântica ainda existente e da vida marinha existente no
entorno da ilha.
História
Inicialmente habitada pelos índios tamoios,
que já a chamavam de Ippaun Wasu (Ilha Grande), foi avistada
pelo navegador português Gonçalo Coelho em 1502. Ao longo do século
XVI, houve diversos combates na região. Nesses combates, os portugueses,
aliados aos tupiniquins, enfrentaram os franceses, aliados aos tamoios. Em
1559, a coroa portuguesa resolveu nomear Dom Vicente da Fonseca para
administrá-la, o que só ocorreu, de fato, com o fim da guerra com os tamoios,
em 1567.
A dificuldade em administrar a ilha e em
impedir ataques de contra bandistas e corsários forçou a transferência de sua
administração da capitania de São Paulo e Minas de Ouro para a capitania
Real do Rio de Janeiro em 1726, a pedido do governador Luís Vaía
Monteiro. Nesse período, a ilha começou a desenvolver as culturas de
cana-de-açúcar e café, que se estenderiam até a última década do século XIX,
intensificando sua colonização, quer com a fundação de fazendas, como também de
pequenas vilas, onde os negros trazidos para trabalhar nas lavouras fizeram do lugar
uma das principais rotas do tráfico de escravos até a abolição da
escravatura.
No ano de 1803, a ilha passou à
condição de freguesia, com o nome de Santana da Ilha Grande de Fora, ganhando
autonomia jurídica em relação à Angra dos Reis. Em 1863, o imperador Dom
Pedro II fez sua primeira visita à ilha Grande, onde comprou a Fazenda do
Holandês, local onde seria instalado o Lazareto, instituição que servia de
centro de triagem e de quarentena para os passageiros enfermos que chegavam ao
Brasil e, posteriormente, um sanatório para doentes de hanseníase. De 1886 a 1903, atendeu a mais
de 4 000 embarcações. Serviu de presídio político durante os primeiros anos da
república, quando foi criada a colônia agrícola correcional de Dois Rios.
Nos anos 1930, logo após o início do governo de Getúlio
Vargas, deu-se a Revolução Constitucionalista de 1932, quando, então,
todos os confinados do Lazareto foram transferidos para a colônia de Dois Rios,
que passou a ser, em 1940, um presídio com capacidade para aproximadamente mil
detentos, sendo, posteriormente, denominado instituto penal Cândido Mendes.
Esse presídio se tornaria célebre quando da publicação de do livro Memórias
do cárcere, de Graciliano Ramos, que para lá foi encaminhado, como
preso, durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945). Durante o regime militar de 1964, também foram transferidos
presos políticos para o instituto, até o final da década de 1970, quando estes
foram libertados e o presídio voltou a ter apenas presos comuns.
A ilha passou, então, por dificuldades
econômicas, já que as poucas lavouras ainda existentes se tornaram de
subsistência. Além disso, houve um grande declínio nas atividades da indústria
pesqueira nos anos 1980.
Em 1994, o presídio, que era fonte de
insegurança para a população local devido às fugas de presos, foi demolido pelo
governo fluminense. Após sua implosão, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro obteve
o direito de cessão da área e das benfeitorias que pertenciam ao presídio,
inaugurando, no ano de 1998, o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento
Sustentável.
Desde então, a economia da ilha tomou novo
impulso e tem se baseado no turismo, sendo um dos locais mais procurados do estado
do Rio de Janeiro para a prática de surfe, mergulho, mountain-bike,
montanhismo, camping e trilhas.
Faça download do mapa da ilha no link abaixo.
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