
mas infelizmente esta população hoje não chega a 40 animais, conta Leonardo. Estes pequenos cetáceos ocorrem de Honduras á Santa Catarina, no Rio de Janeiro podem ser avistados em toda costa, mas as maiores agregações são encontradas nas baías de Sepetiba e Ilha Grande.
Apesar de os botos ainda existirem em grande número no litoral da Costa Verde, os índices de mortalidade na baia de Sepetiba são alarmantes para a espécie, ultrapassando 2% ao ano da população hoje estimada em aproximadamente 1000 indivíduos, fato considerado insustentável pela IWC (comissão internacional Baleeira). Desde 2005 foram recolhidas 142 carcaças destes animais, com recorde de 36 no ano de 2011. Neste ano de 2012 já foram encontrados quatro animais mortos. As causas são creditadas ao resultado de várias atividades antrópicas que se agravam nos últimos anos com o advento de diversos empreendimentos na região que impactam direta ou indiretamente o ecossistema marinho.
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encontrados mortos em Sepetiba em 2011 |
A conclusão sobre o risco de extinção desta espécie surgiu a partis dos diversos estudos que vem sendo desenvolvidos ao longo dos últimos 15 anos no litoral sul fluminense pelos pesquisadores do IBC, como foto identificação, genética, área de vida, interação com as artes de pesca e bio-acustica.
Uma das principais descobertas é sobre a diferenciação genética entre a população de botos cinza da baia de Paraty e de Sepetiba, além das evidencias de haver dois estoques diferentes nesta ultima, o que evidencia a fragilidade de cada uma delas e a importância de preserva-las. Outro grande estudo realizado com os botos das baias de Sepetiba e Ilha Grande indicam os diferentes índices de contaminação destas regiões. Além destas informações complexas sabemos também que os botos preferem as áreas mais profundas da baia tanto na entrada, quanto no interior e sabemos que se alimentam principalmente de peixes como a sardinha verdadeira, goete e a castanha que não são espécies alvos dos pescadores comprovando que não ha competição entre ambos.
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(21)7858-5072 (21)7846-6364 |
Outras importantes descobertas sobre os cetáceos também são realizadas durante o monitoramento na costa verde em parceria com a Estação Ecológica Tamoios. O IBC descobriu que duas espécies de cetáceos, muito pouco estudados no Brasil, o gofinho-pintado-do-Atlântico (Stenella frontalis)
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golfinho de dentes-rugosos - http://www.flickr.com/photos/petrobras |
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Golfinho pintado-do-atlântico http://www.ipesque.com.br/ |
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Leonardo faz foto-identificação de botos-cinza na baía de Sepetiba |
O IBC conta com apoio da iniciativa privada, para promoção destas ações em escolas, centro culturais, hotéis, praias continentais e insulares, praças publicas ou locais onde haja demanda. “Ate o final do primeiro semestre será inaugurada sua sede em Itacuruçá, onde a população local, turistas, professores e estudantes poderão obter estas e muitas outras informações sobre estes simpáticos animais marinhos e sobre o meio ambiente", comemora Elaine.
Muitos são os desafios para a conservação do boto-cinza na região da costa verde e especialmente da Baia da Ilha Grande. É imprescindível que todas as instancias de nossa sociedade participem e contribuam para que nosso brasão represente não apenas um passado glorioso, mas um presente e um futuro grandioso e ecologicamente sustentável.
Caracteristicas
O Boto Cinza pode chegar a medir até 2,2 metros de comprimento e o seu peso médio é de 60 kg. O seu corpo é pequeno e o bico tem tamanho médio. Na sua coloração prevalece a cor cinza e o dorso é mais escuro do que a barriga, que possui cor clara. Esse golfinho pode ter de 52 a 72 pares de dentes que são pequenos e muito pouco afiados.
A gestação desses animais dura aproximadamente onze meses e o período de amamentação dura cerca de sete meses. Os filhotes nascem medindo entre 0,8 a 1,0 metro de comprimento. O Boto Cinza é um animal aquático tímido e que evita o contato com embarcações e nada muito lentamente, e muito raramente exibe comportamentos aéreos. Os mergulhos desses animais são bastante rápidos e a sua vocalização pode ser feita através de assobios e estalos. Eles se alimentam de lulas, peixes e crustáceos.
vejam o trabalho importante dos biólogos
Textos: Jornal O ECO - jornal da ilha grande - Março de 2012 - nº 154