Revista 'Nature' traz estudo inédito que analisa emissões de carbono na floresta
Área da Floresta Amazônica que teve amostras de ar coletados pelos pesquisadores (Luciana Gatti / Ipen)
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Drought sensitivity of Amazonian carbon balance revealed by atmospheric measurements
Onde foi divulgada: revista Nature
Quem fez: L. V. Gatti, M. Gloor, J. B. Miller, C. E. Doughty, Y. Malhi, L. G. Domingues, L. S. Basso, A. Martinewski, C. S. C. Correia e outros
Instituições: Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no Brasil, Universidade de Oxford, na Inglaterra, Agência de Pesquisa Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa), Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, e outras
Resultado: Os pesquisadores descobriram que, em anos extremamente secos, a floresta amazônica perde parte de sua capacidade de absorver dióxido do carbono (CO2)
A pesquisa, que ganhou a capa do periódicoNature nesta quinta-feira e tem entre seus principais autores a brasileira Luciana Gatti, mediu a entrada e saída de gases da floresta por dois anos seguidos, 2010 e 2011, de uma maneira inédita. Com um avião, fez 160 voos de 300 metros a 4,4 quilômetros de altura nas regiões de Santarém (PA), Rio Branco (AC), Tabatinga (AM) e Alta Floresta (MT). Em cada um dos lugares, os pesquisadores recolheram amostras de ar em tubos de vidro.
As análises desse material, feitas no laboratório de química atmosférica do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, mostraram que, em 2010, ano em que a Floresta Amazônica passou por uma forte seca, ela emitiu mais carbono do que absorveu. Foram 480 milhões de toneladas de carbono lançadas para a atmosfera. No ano seguinte, quando o local teve chuvas acima da média, as emissões foram de 60 milhões de toneladas de carbono, valor considerado quase neutro.
CO2 neutralizado – Para chegar a esse número, os pesquisadores compararam os gases emitidos pelas queimadas e absorvidos pelas árvores. Em 2010, as queimadas emitiram 510 milhões de toneladas de CO2 e as folhas quase não removeram esse número da atmosfera: foram absorvidos apenas 30 milhões de toneladas. No ano seguinte, mais úmido, o resultado foi diverso: dos 300 milhões de toneladas de CO2 lançados na atmosfera pelas queimadas, cerca de 240 milhões foram compensados.
Mais detalhes no site: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/falta-de-chuva-pode-tornar-amazonia-fonte-de-gas-do-efeito-estufa